Através dos séculos, a implacável roda dos ciclos da história e a mutação inevitável das cartas geográficas do mundo de então dispersaram os remanescentes dos antigos reinos dessa valorosa matriz humana, cujos grupos familiares miscigenaram-se com os demais povos ou formaram unidades políticas distintas, como nações independentes em um mundo físico ampliado, muitas vezes distantes da vocação originária.
Essa dispersão humana, como é natural, colocou em risco a preservação memorial de sua saga, concernente ao conjunto de conhecimentos, informações, saberes adquiridos, costumes e cultura gregária, que ilustraram esses grupos sociais em sua época.
Entretanto, o povo thervíngio, apesar da dispersão forçada para vastas e longínquas regiões, conservou o registro de suas memórias, especialmente seu legado dinástico, disseminando-as para outros recantos da Terra, sobretudo nos domínios do Império Romano, ora como aliados, como federados, ora como reino independente, até sua completa assimilação geográfica e política, desdobrando-se em nações e países de hoje.
Sua cultura essencial, especialmente seu legado dinástico, agora restrita a grupos familiares, encontrou guarida, especialmente, nos anais da Domus Augusta, pela dedicação dos irmãos da Venerável Comunidade Apostólica Primitiva, Católica e Ortodoxa, que cultivavam essas antigas tradições, registrando-as como Criptarquias eclesiásticas, uma vez que os reinos originários não mais existiam, e para que suas memórias não perecessem no ostracismo forçado do exílio.
Assim, com a essência de sua Fé, subsistiram à perda de sua unidade política, mas conservaram-se, através dos séculos, como unidade espiritual, até nossa época.
No século atual, estudiosos da História e das Ciências Nobiliárias, em sua faina preservadora, detectaram a necessidade de reativar a conservação histórica desse povo que, apesar da inevitável miscigenação, conservou, destacadamente, sua cultura e tradições próprias, com potencial interesse para o estudo sob o prisma nobiliário.
Para esse propósito, foi instituído um grupo cultural específico sobre o povo thervíngio, que foi escolhido e estremado dos demais ramos desse imenso tronco, que alastrou suas incontáveis subdivisões e ramificações pelo mundo conhecido.
Cultivando respeito e homenagem às tradições dos numerosos reinos que se formaram em sua saga pelas terras antigas, hoje desaparecidos, a organização cultural foi ordenada sob a forma de reino em exílio dinástico, sem pretensões políticas ou de conquista.
O Consistório Sagrado dos Príncipes Ortodoxos Filo-Cesariense, órgão deliberativo superior da Teocracia Ecumênica, elegeu um guardião (custódio da tradição), a quem foi confiada a responsabilidade por esse conjunto de bens culturais de importância reconhecida, para que seja protegido e preservado ad infinitum.
Em consonância com a organização da Teocracia Ecumênica, esse patrimônio cultural e histórico passou a ser denominado Casa Real e Imperial Teocrática dos Thervíngios (mantendo essa grafia), com a estrutura cultural básica e responsabilidades históricas das Casas Reais em exílio dinástico.
Seu guardião foi consagrado como Chefe Dinástico hereditário, com a missão de perpetuar as honrosas tradições herdadas, como instituição que serve à realização de ações culturais e de interesse social, em favor da sociedade humana, segundo a orientação e as regras, tradicionalmente aceitas, do Direito Dinástico e do Direito Nobiliário, adaptando seus princípios, costumes e normas procedimentais aos tempos modernos.