As histórias que lhe contam são as histórias que você irá
contar, e, somadas, elas formarão o lugar onde você realmente vive: o mundo
dentro da sua cabeça. Por isso, durante toda sua vida até aqui, doutrinaram
você para que confiasse nas notícias, acreditasse piamente nas autoridades e
tivesse uma fé cega na “ciência”.
É um tipo de presunção bem medíocre achar que os “sagrados”
oráculos da mídia, das autoridades e da ciência demarcam o limite de todo
Conhecimento possível. Na verdade, a imensa parte de “todo Conhecimento possível”
jaz para muito além desses ratinhos esnobes que foram dados de presente a você
como se fossem leões altruístas.
Um de meus desejos mais profundos sempre foi trazer a
existência de cada pessoa para um palco de Conhecimento onde ela aprendesse a
questionar com propriedade tudo à sua volta. Inclusive a mim. Este livro foi
escrito com esta intenção, como um grande questionamento sobre a capacidade (ou
incapacidade) humana em mergulhar no Conhecimento para raciocinar com lucidez
em suas noites mais escuras.
A longa noite da Fraudemia está apenas começando, e o monstro
à espreita não nos ameaça apenas com cerceamento da liberdade de expressão ou
da liberdade de ir e vir, mas com a extinção da própria Liberdade de
Pensamento. Nós venceremos, mas não sem muita disposição para pensarmos por nós
mesmos, incansavelmente. Afinal, o Prêmio Maior não cabe aos fortes, aos
inteligentes ou aos prósperos. O Prêmio Maior cabe a quem aguentar até o fim.
Para chegar lá, não basta seguir em frente como quem procura água para matar a
sede ou comida para matar a fome, mas como quem busca o próprio ar para
respirar.
Costumo dizer que não existe sinal maior de Maturidade que
conseguir ver as coisas o mais próximo possível de como elas são sem
desesperar-se com isso. Minha prece é para que você saia desta obra enxergando
um pouco melhor o mundo ao seu redor e sendo finalmente uma voz nele, e não
mais um eco.
Uma visão pela janela
do maior embuste de todos os
tempos