Os blocos de argila elaborados por escribas da Mesopotâmia, há aproximadamen­te 4.000 anos, continham tabelas e problemas matemáticos que eram utilizados de uma forma geral para várias atividades da vida diária dessa civilização.

A escrita era a cuneiforme e continha símbolos de números que variavam de um a sessenta. A base dos números era a sexagesimal, a qual utilizamos até hoje quando tratamos de ângulos e horas.

O capítulo inicial descreve como converter números sexagesimais em decimais e vice-versa, além das quatro operações básicas com números sexagesimais de forma a melhor compreender o conteúdo do livro.

As tabelas e problemas eram na realidade sequências e séries finitas cuja abordagem deste livro trata de apresentar. Trabalhamos assim basicamente com recíprocos, raízes quadradas, quadrados, quadrados de quadrados, raízes cúbicas e outras sequências com suas devidas aplicações.

A maioria dos blocos foi encontrada em escavações legais e ilegais em cidades no antigo Iraque, muitos deles em péssimas condições de manuseio e conservação e foram vendidos ou entregues a colecionadores e museus principalmente da Turquia, França, Reino Unido e Estados Unidos, onde estão até hoje.

Os estudos apresentados neste livro seguiram a sequência de transliteração da escrita cuneiforme, tradução e transcrição, para que dessa forma os blocos pudessem ter seu conteúdo reconstruído e analisado, além de constarem várias figuras, tabelas e fotografias para melhor elucidação.

O autor descreve à luz da matemática atual o conteúdo das sequências e problemas, demonstrando quão complexa era a matemática utilizada na época e que não foi divulgada como deveria até hoje, principalmente em nosso país.

O último bloco foi reconstruído em sua totalidade, através de números primos entre si e um teorema, cujos objetivos eram as relações do triângulo retângulo e possivelmente trigonométricas, as quais exigiam vários conceitos matemáticos.

A finalidade a que este livro se propõe é mostrar ao leitor que a ciência não começou na Grécia, e sim muito tempo antes de seus notáveis matemáticos.